sábado, 6 de dezembro de 2008

Biorremediação


Trata-se de um processo ou estratégia que busca destoxificar a água e outros ambientes contaminados fazendo uso de microrganismos (fungos, bactérias, etc) e de enzimas. Baseia-se no processo de degradação microbiana e reações químicas combinadas com processos de engenharia, a fim de que os contaminantes sejam transformados, não oferecendo riscos ao ambiente e às populações que ali habitam. Três aspectos devem ser considerados:

- A existência de microrganismos com capacidade catabólica para degradar o contaminante.

- O contaminante tem que estar disponível ou acessível ao ataque microbiano ou enzimático.

- Condições ambientais adequadas para o crescimento e atividade do agente biorremediador.


Como todo ser vivo, os microrganismos necessitam de nutrientes para sua sobrevivência (nitrogênio, fosfato, carbono, energia e outros minerais). O carbono garante energia e matéria prima para que o microorganismo cresça e possa processar os hidrocarbonetos. Existem dois tipos de biorremediação:

Biostimulation - que fornece nutrientes às populações de microrganismos, aumentando sua população, promovendo o crescimento e consequentemente o aumento da atividade metabólica na degradação de contaminantes.

Bioaugmentation - que introduz misturas específicas de microrganismos em um ambiente contaminado ou em um biorreator para iniciar o processo da biorremediação. Conforme a quantidade de contaminante (alimento) exposto no meio, ele proporcionará ou não um aumento de microrganismos. Quanto mais ¨alimento¨ maior o número de microrganismos presentes. A medida que o contaminante é degradado, a população microbiana vai reduzindo alcançando o nível de estabilidade.

A Biorremediação se enquadra em duas grandes categorias: in situ e ex situ . Na remediação in situ, o tratamento do solo ou da água subterrânea contaminada é feito no próprio local. É mais eficaz em solos permeáveis, como os arenosos.

As medidas biocorretivas ex situ consistem em escavar o solo contaminado ou extrair a água subterrânea por bomba para aplicar o tratamento em outro local. Estas apresentam uma maior versatilidade para o tratamento de grande número de contaminantes e tipos de solo.


A Figura a seguir apresenta um esquema do sistema Biorremediação.



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Poluição da água

Uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar.

Vista do espaço, a Terra parece o Planeta Água, pois esta cobre 75% da superfície terrestre, formando os oceanos, rios, lagos etc. No entanto, somente uma pequenina parte dessa água - da ordem de 113 trilhões de m3 - está à disposição da vida na Terra. Apesar de parecer um número muito grande, a Terra corre o risco de não mais dispor de água limpa, o que em última análise significa que a grande máquina viva pode parar.


Saiba mais: http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt5.html

Poluição da água

FORMAS DE POLUIÇÃO NA ÁGUA


As principais formas de poluição que afetam as nossas reservas de água, são classificadas em biológica, térmica, sedimentar e química.

* Poluição biológica: resulta da presença de microorganismos patogênicos (bactérias, vírus, protozoários, vermes); especialmente na água potável.


1- Doenças transmitidas diretamente através da água:


-cólera
-febre tifóide
-febre paratifóide
-desinteria bacilar
-amebíase ou desinteria amebiana
-hepatite infecciosa
-poliomelite.

2- Doenças transmitidas indiretamente através da água:


-esquistossomose
-fluorose
-malária
-febre amarela
-bócio
-dengue
-tracoma
-leptopirose
-perturbações gastro-intestinais de etiologia obscura
-infecções dos olhos, ouvidos, garganta e nariz.


* Poluição térmica: ocorre freqëntemente pelo descarte nos rios,lagos, oceanos,... de grandes volumes de água aquecida usada no resfriamento de uma série de processos industriais. O aumento de temperatura causa três efeitos:

A solubilidade dos gases em água diminui como aumento da temperatura. Assim há um decréscimo na quantidade de oxigênio dissolvido na água, prejudicando a respiração dos peixes e de outros animais aquáticos.

Há uma diminuição do tempo de vida de algumas espécies aquáticas, afetando os ciclos de reprodução.

Potencializa-se a ação dos poluentes já presentes na água, pelo aumento na velocidade das reações.


* Poluição sedimentar: resulta do acúmulo de partículas em suspensão. Esses sedimentos poluem de várias maneiras:

Os sedimentos bloqueiam a entrada dos raios solares na lâmina de água, interferindo na fotossíntese das plantas aquáticas e diminuindo a capacidade dos animais aquáticos de vir e encontrar comida.

Os sedimentos também conduzem poluentes químicos e biológicos neles adsorvidos.



* Poluição química: é talvez, a mais problemática de todas as formas de poluição aquática, é causada pela presença de produtos químicos nocivos ou indesejáveis. Seus efeitos podem ser sutis e levar muito tempo para serem sentidos.Os agentes poluidores mais comuns são:


Eutrofização: fertilizantes agrícolas são arrastados pela irrigação e pelas chuvas para os lençóis subterrâneos, lagos e rios. Eles contêm principalmente os íons NO3- e PO4-3. Quando os fertilizantes e outros nutrientes vegetais entram nas águas paradas de um lago ou um rio de águas lentas, causam um rápido crescimento de plantas superficiais, especialmente das algas,que tornam as águas tóxicas. À medida que essas plantas crescem, formam um tapete que pode cobrir a superfície, isolando a água do oxigênio do ar, levando ä morte dos peixes e outros animais aquáticos. É o fenômeno conhecido como floração da água e torna reservatórios de água potável (lagoas, lagos,...) imprestáveis para o uso.


Compostos orgânicos sintéticos: o aumento da produção industrial de compostos orgânicos sintéticos : plásticos, detergentes, solventes, tintas, inseticidas, herbicidas, produtos farmacêuticos, aditivos alimentares etc - muitos desses produtos dão cor ou sabor à água e alguns são tóxicos.


Petróleo: estima-se que aproximadamente 6 milhões de toneladas de petróleo são despejadas no mar a cada ano, uma parte devido a acidentes no embarque e desembarque desse minério nos navios. O derramamento de petróleo no mar acaba causando a morte de grandes quantidades de plantas, peixes e aves marinhas.


Compostos orgânicos e minerais: o descarte desses compostos pode acarretar variações danosas na acidez, na alcalinidade, na salinidade e na toxicidade das águas. Uma classe particularmente perigosa de compostos são os metais pesados (Cu, Zn, Pb, Cd, Hg, Ni, Sn, etc), muitos deles estão ligados a alterações degenerativas do sistema nervoso central, uma vez que não são metabolizados pelos organismos produz o efeito de bioacumulaçao: quanto mais se ingere água contaminada, maior o acúmulo destes nos tecidos do organismo.


Esgoto:Certos resíduos de esgoto são regularmente lançados ao mar. O esgoto é potencialmente prejudicial à saúde, nadar em águas poluídas pode causar distúrbios desagradáveis, como gastroenterites, irritação cutâneas e infecções de ouvido, nariz e garganta. Uma pesquisa nos Estados Unidos constatou que em média 18 em cada 1.000 pessoas que se banham em águas poluídas adoecem.


Bifenóis policlorados e o meio ambiente: Os bifenóis policlorados (PCBs) são produtos químicos complexos usados na indústria elétrica. Podem tornar-se extremamente perigosos se penetrarem na atmosfera por isso seu uso está sendo reduzido. Contudo, eles atingiram o ambiente marinho e agora são encontrados no corpo de muitos animais. Qundo é absorvido por um animal o PCB não é eliminado de seu corpo, permanecendo nele. Esse produto químico pode reduzir a resistência do corpo a doenças, diminuir a capacidade de aprendizagem das crianças, danificar o sistema nervoso central, causar câncer e afetar os fetos.


http://library.thinkquest.org/C0126481/pola.htmlhttp://library.thinkquest.org/C0126481/pola.html


Poluição Atmosférica

Poluição Atmosférica


O crescimento econômico registrado nas últimas décadas constitui o grande responsável pela degradação da qualidade do ar, tornando a poluição atmosférica uma questão de saúde pública.

A poluição atmosférica é definida como a introdução na atmosfera de qualquer matéria ou energia que venha a alterar as propriedades da mesma, afetando a vida das espécies animais ou vegetais que dependem ou tenham contato com essa atmosfera, ou mesmo que venha a provocar modificações físico-químicas nas espécies minerais que tenham contato com ela.
A poluição do ar resulta da emissão de gases tóxicos ou de partículas líquidas ou sólidas na atmosfera. Os efeitos dos poluentes na saúde pública têm sido amplamente e rigorosamente estudados. Apresenta-se informação sobre alguns poluentes atmosféricos:


Poluente

Principal Fonte

Monóxido de Carbono (CO)

Escape dos veículos motorizados; alguns processos industriais.

Dióxido de Enxofre (SO2)

Centrais termoelétricas a petróleo ou carvão; fábricas de ácido sulfúrico.

Partículas em suspensão

Escape dos veículos motorizados; processos industriais; centrais termoelétricas; reação dos gases poluentes na atmosfera.

Chumbo (Pb)

Escape dos veículos motorizados; centrais termoelétricas; fábricas de baterias.

Óxidos de Nitrogênio (NO, NO2)

Escape dos veículos motorizados; centrais termoelétricas; fábricas de fertilizantes, de explosivos ou de ácido nítrico.

Ozônio (O3)

Formados na atmosfera devido à reação de óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e luz solar.

Etano, Etileno, Propano, Butano, Acetileno, Pentano

Escape dos veículos motorizados; evaporação de solventes; processos industriais; lixos sólidos; utilização de combustíveis.

Dióxido de Carbono (CO2)

Queima de combustíveis fósseis, mudanças na vegetação (como o desflorestamento), queima de biomassa e a fabricação de cimento.



  • Vídeos sobre poluição atmosférica:

http://www.youtube.com/watch?v=UcWpkWBX04E (vídeo em inglês)

http://videos.hsw.uol.com.br/poluicao-e-saude-1-video.htm

http://videos.hsw.uol.com.br/poluicao-e-saude-2-video.htm


Poluição Atmosférica - Conseqüências

Conseqüências da poluição atmosférica:
  • Smog:

É um fenômeno que aparece nos grandes centros urbanos, identificado por uma grande massa de ar estagnado em conjunto com vários gases, vapores de ar e fumaça que acabam em nossos pulmões. O smog é uma mistura química de gases, os óxidos de nitrogênio (NOx), compostos voláteis orgânicos, dióxido de sulfureto, aerossóis ácidos e gases, bem como partículas de matéria, formam parte desta bruma. Os gases provêm das indústrias, dos automóveis e inclusive das casas, devido aos processos de combustão. A reação destes compostos com a luz solar produz o chamado smog fotoquímico, cuja característica principal é a presença do ozônio no nível da terra, um composto que pode causar numerosos problemas de saúde.

Quanto mais smog você inalar, mais probabilidades existem de sofrer efeitos adversos para sua saúde. As pessoas sensíveis podem apresentar sintomas depois de permanecer apenas uma ou duas horas ao ar livre, em meio a um ambiente poluído. Os idosos são os que mais riscos correm, especialmente os que sofrem de enfermidades dos pulmões ou do coração. Também as crianças correm perigo, porque respiram mais rápido e passam mais tempo ao ar livre. Inclusive os adultos jovens saudáveis respiram de forma menos eficiente durante os dias em que o ar está densamente poluído. Os efeitos do smog podem ser fatais. Na Inglaterra em meados do século XX, misturas letais de smog mataram 600 pessoas em 1948, cerca de três mil em 1952, mais mil em 1956, e 750 em 1962.

  • Chuva ácida:

A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são as chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações.

As chuvas ácidas embora afetem mais as regiões industrializadas da América do Norte (EUA e Canadá) e da Europa (Alemanha , Áustria, Polônia, República Checa, Escandinávia), devido à emissão de dióxido de enxofre e à queima de petróleo e carvão, são um problema global visto que os ventos transportam as partículas poluentes.


  • Efeito Estufa:

O Efeito Estufa consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e outros gases sobre os raios infravermelhos refletidos pela superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta. Ao irradiarem a Terra, parte dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e transformados em calor, outros são refletidos para o espaço, mas só parte destes chega a deixar a Terra, em conseqüência da ação refletora que os chamados "Gases de Efeito Estufa" (dióxido de carbono, metano, clorofluorcarbonetos- CFCs- e óxidos de azoto) têm sobre tal radiação reenviando-a para a superfície terrestre na forma de raios infravermelhos.


Desde a época pré-histórica que o dióxido de carbono tem tido um papel determinante na regulação da temperatura global do planeta. Com o aumento da utilização de combustíveis fósseis (Carvão, Petróleo e Gás Natural) a concentração de dióxido de carbono na atmosfera duplicou nos últimos cem anos. Neste ritmo e com o abatimento massivo de florestas que se tem praticado (é nas plantas que o dióxido de carbono, através da fotossíntese, forma oxigênio e carbono, que é utilizado pela própria planta) o dióxido de carbono começará a proliferar levando, muito certamente, a um aumento da temperatura global, o que, mesmo tratando-se de poucos graus, levaria ao degelo das calotas polares e a grandes alterações a nível topográfico e ecológico do planeta.

  • Vídeo sobre efeito estufa:

http://www.youtube.com/watch?v=dGNzoMIew74&eurl=http://videospesquisa.blogspot.com/2007/10/green-peace-efeito-estufa.html

  • Diminuição da Camada de Ozônio

Outro exemplo da interferência da poluição do ar, em escala global, é a destruição de camada de ozônio. O ozônio, como poluente do ar, pode ser extremamente tóxico e perigoso, contribuindo para a formação da chuva ácida e do smog. Porém, o ozônio existente na atmosfera concentra-se nas camadas mais elevadas e age como um “escudo protetor” para a vida na Terra.

A camada de ozônio situa-se entre 20 a 60 km da altitude. Seu papel consiste em absorver grande parte das radiações ultravioleta, impedindo que elas atinjam a superfície da Terra em quantidades excessivas.
Se forem intensificadas, essas radiações podem ocasionar inúmeros problemas aos seres vivos. Entre eles, podemos citar o câncer de pele, a catarata e o ataque ao sistema imunológico do ser humano e de animais. Elas afetam também os plânctons dos oceanos, responsáveis pela absorção de 50% das emissões de dióxido de carbono da Terra.

  • Abaixo seguem links com notícias correlacionadas ao tema abordado:

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2008/10/06/poluicao_pode_aumentar_risco_de_apendicite_diz_estudo-548577853.asp
http://folhaverde.multiply.com/journal/item/112/112
http://oglobo.globo.com/sp/mat/2008/10/14/poluicao_mata_mais_que_aids_transito_juntos_em_sao_paulo-585945522.asp



A Poluição Atmosférica e a Construção Civil

A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E A CONSTRUÇÃO CIVIL

Os "fãs" do cimento gostam de dizer que ele é a substância mais utilizada no mundo, depois da água. Infelizmente, ele também é uma das mais poluidoras. A fabricação de cimento é responsável por cerca de 5% das emissões mundiais de gases estufa (duas vezes a quantidade atribuída à aviação).

O cimento é feito aquecendo calcário e argila até eles se fundirem em um material chamado escória do cimento, que então é misturado com vários aditivos. O problema é que o aquecimento e as reações químicas liberam grandes quantidades de dióxido de carbono, contribuindo para o aquecimento global.

Nas vizinhanças de fábricas de cimento, podemos notar os efeitos da poluição devido ás atividades das mesmas. Os telhados das casas, as árvores, as terras encontram-se cobertas por uma película, com maior ou menor espessura, de poeira de cimento, além disso, partículas de menores dimensões são levadas pelos ventos para distâncias mais afastadas das fábricas, atribuindo assim, às fábricas de cimento grande responsabilidade pela presença de silicatos na atmosfera.


Para além de inundarem os arredores de poeiras de silicatos, as fábricas de cimento são responsáveis pela emissão, entre outros, do dióxido de enxofre e de óxidos de azoto, que conjuntamente com os óxidos de carbono, os aldeídos, os hidrocarbonetos gasosos libertados pela combustão incompleta dos hidrocarbonetos líquidos, são as principais “matérias primas” da poluição atmosférica.


Na cidade de Vespasiano, perto de BH, as atividades de uma fábrica de cimento passou a incomodar diretamente os moradores.

Veja a notícia:

A resolução 382 do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente regulamenta 13 tipos de fontes que emitem poluentes, entre elas estão os fornos de cimento.

Como solução de curto prazo e de efeitos locais, fábricas de cimento têm se instalado afastadas das cidades. Porém, isso além de não resolver o problema das emissões de gases e partículas poluentes na atmosfera, muitas vezes pode até aumentar outros problemas não só relacionados com a poluição atmosférica (como desmatamento em áreas próximas a rodovias, poluição de rios, e até o aumento na emissão de poluientes atmosféricos devido ao maior movimento de veículos utilizados pelas fábricas de cimento).

Uma solução mais efetiva é o uso das técnicas de bioconstrução (ou bioarquitetura).

A bioconstrução é uma técnica de arquitetura e engenharia que busca utilizar materiais naturais, reciclados e energias não-poluentes para construção de casas, assim, além de diminuir o uso de cimento e assim minimizar os efeitos da construção civil na poluição atmosférica, a bioconstrução pode ser também uma das soluções para outros problemas ambientais como lixo e energia.

Além dos benefícios ambientais, a bioconstrução também oferece conforto e baixo custo.

Em Florianópolis, blocos de concreto feitos a partir de conchas de ostras e mariscos já estão sendo usados.


Porém, essa não é a única solução e muito menos a solução global para a questão da poluição devido à construção civil. Não seria conveniente adotar essa alternativa em regiões distantes do mar, pois assim além do custo, o transporte para essas áreas não-litorâneas aumentaria as emissões de gases poluentes na atmosfera.

Uma outra alternativa seria a construção de casas utilizando o chamado Superadobe que nada mais é que a compactação de terra local em sacos de polipropileno. Depois disso, sobrepõe-se os sacos já compactados até a altura desejada da parede da casa, se faz isso colocando também arame farpado entre eles para que eles se mantenham unidos.

Em seguida, basta ‘descascar’ as laterais dos sacos e fazer o acabamento. Além do resultado ter um bom valor estético, as casas construídas com superadobe oferecem conforto em relação à temperatura tanto no inverno como no verão, são resistentes e de fácil, rápida e barata construção.

Essa técnica também é segura, uma vez que não permite que as paredes da casa apresentem fendas e portanto não possibilita a presença de insetos (como o temido barbeiro – quando o assunto é casa de biomateriais).

A técnica, que já recebeu a aprovação das autoridades do departamento de habitação de uma cidade que fica sobre a linha da falha geológica da Califórnia,foi desenvolvida pelo iraniano Nader Kalili e sua equipe.

Uma solução ainda mais completa, que abrangeria até mesmo outras questões ambientais, que não a poluição atmosférica devido à construção civil, são os chamados EarthShips.

São casas ‘auto-sustentáveis’, construídas com pneus, latas, garrafas e terra e possuem sistemas alternativos utilizados dentro da casa para que esta não fique ligada a redes elétrica, de esgoto ou de água.



Esses EarthShips são construídos com materiais de acordo com a localidade, para oferecer assim maior conforto com relação a temperaturas e maior resistência quando necessário. As paredes da casa são construídas a base de borracha de pneus preenchidos com adobe (terra, água e palha) e compactados. Esses pneus preenchidos são empilhados de modo a gerar as paredes da casa. Entre os pneus, utiliza-se adobe e/ou massa (com cimento) para que esses se mantenham unidos.


Em algumas paredes pode-se usar também garrafas de vidro, o que permite a entrada de luz no interior da casa.


Para se aprofundar mais no assunto, clique no link abaixo e leia a cartilha que explica os processos de construção e exibe até os designs elaborados para os Earthships.

http://www.owaze.nl/pdf/owaze_translation_portugal.pdf

Uma importante observação acerca dessas bioconstruções é o resultado estético. Inicialmente pode parecer algo superficial, porém a estética num tipo de construção não deixa de ser importante principalmente quando se trata de uma novidade. A construção pode ser segura, barata e ecologicamente correta, mas se não tiver uma boa aparência ninguém quer! E assim, seria difícil popularizar as casas construídas por bioconstrução.





Mas muitas vezes também não dá para adaptar uma bioconstrução aos moldes estéticos a que estamos acostumados. Assim, uma forma de valorizar as bioconstruções e acabar de vez com o preconceito existente sobre elas seria fazer com as elites passem a adotar esse tipo de moradia. Isso não significa aumentar os custos/preços das casas, mas é uma forma de mostrá-las às pessoas tentando acabar com a idéia de que bioconstrução é apenas para casas populares.

As alternativas citadas não resolvem o problema da poluição atmosférica que, como já falado anteriormente, tem ‘apenas’ cerca de 5% das emissões de CO2 sob responsabilidade das fábricas de cimento. Porém, essas soluções são ótimas alternativas que, combinadas com muitas outras tanto faladas como uso de biocombustível entre outros, podem reduzir muito a poluição atmosférica mundial.

O interessante é que em busca de uma solução para um determinado problema ambiental (poluição atmosférica, por exemplo), encontramos soluções para problemas sociais, econômicos, outros problemas ambientais entre muitos outros. Ou seja, não importa o que fazemos, em se tratando de meio ambiente, devemos sempre pensar de maneira global.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Discovery - A perspectiva das mudanças climáticas

O Discovery Channel se empenha para mostrar-nos boas produções a cerca do meio em que vivemos e a poluição é tema constantemente abordado, uma vez que esteja intimamente ligada às mudanças climáticas. Segue abaixo algumas dicas de bons programas sobre o tema e as soluções para estas mudanças.

- Idéias Para Salvar o Planeta: Quintas-Feiras às 23:00, Sextas-Feiras às 04:00 e Domingos às 12:00.

-Chico Mendes, O Preço da Floresta: Domingo, 7 de dezembro às 21:00 ( Documentário de uma hora em lembrança dos 20 anos de morte deste que foi o primeiro grande ambientalista brasileiro).

- Ecopolis ( Série que deu origem ao blog): cada episódio apresenta um estudo aprofundado sobre as infra-estruturas ecológicas de uma grande megalópole sob todas as perspectivas.

Estas são só algumas opções, mas existem diversas séries com esta temática que merecem ser conferidas, por isso, entrem em: http://www.discoverybrasil.com/ para saber um pouco mais sobre a programação.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Poluição do Solo: poluentes

Poluição do Solo: poluentes

A utilização do solo como receptor de poluentes pode se dar localmente por um depósito de resíduos; por uma área de estocagem ou processamento de produtos químicos; por disposição de resíduos e efluentes, por algum vazamento ou derramamento; ou ainda regionalmente através de deposição pela atmosfera, por inundação ou mesmo por práticas agrícolas indiscriminadas. Desta forma, uma constante migração descendente de poluentes do solo para a água subterrânea ocorrerá, o que pode se tornar um grande problema para aquelas populações que fazem uso deste recurso hídrico. O esquema abaixo apresenta sucintamente as fontes de poluição do solo e sua migração.


A preocupação com as conseqüências ambientais decorrentes desses fenômenos, especialmente no solo, só recentemente têm sido discutida. Cada vez mais o solo é considerado um recurso limitado, e fundamental no ecossistema mundial. Assim, o conceito de protegê-lo tem sido objeto de intensas discussões e faz parte da agenda política dos países desenvolvidos.
A poluição do solo é um assunto complexo, não só pelas muitas funções que desempenha, mas também pelo seu reconhecimento como uma "commodity" econômica, isto é, possui um valor econômico intrínseco.


No momento em que um contaminante ou poluente atinge a superfície do solo, ele pode ser adsorvido, arrastado pelo vento ou pelas águas do escoamento superficial, ou lixiviado pelas águas de infiltração, passando para as camadas inferiores e atingindo as águas subterrâneas. Uma vez atingindo as águas subterrâneas, esse poluente será então carreado para outras regiões, através do fluxo dessas águas. Um grande número de substâncias potencialmente perigosas pode estar presente em um local, embora geralmente suas concentrações sejam baixas.

Essas substâncias freqüentemente estarão acumuladas perto do ponto em que foram processadas, estocadas ou utilizadas e isso é um dado importante na condução dos estudos efetivos do histórico do local. As concentrações determinadas nesses locais são comparadas aos valores orientadores para definição da condição de qualidade do solo.


Poluição do Solo: introdução

O solo é parte integrante dos ecossistemas, pela sua participação nos ciclos biogeoquímicos. A utilização de água e nutrientes é cíclica (ocorrem numa ordem determinada) desde que, retirados do solo, tais elementos retornem ao mesmo através dos ciclos biogeoquímicos.

O solo atua freqüentemente como um "filtro", tendo a capacidade de depuração e imobilizando grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do solo, devido ao efeito cumulativo da deposição de poluentes atmosféricos, à aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e à disposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos.


Aplicação de defensivos agrícolas


Historicamente, o solo tem sido utilizado por gerações como receptor de substâncias resultantes da atividade humana. Com o aparecimento dos processos de transformação em grande escala a partir da Revolução Industrial, a liberação descontrolada de poluentes para o ambiente e sua conseqüente acumulação no solo e nos sedimentos sofreu uma mudança drástica de forma e de intensidade, explicada pelo uso intensivo dos recursos naturais e dos resíduos gerados pelo aumento das atividades urbanas, industriais e agrícolas.

Cultivo de vegetais


Maquinário na Agricultura

Limites Legais da Poluição Sonora

Os problemas relativos aos níveis excessivos de ruídos estão incluídos entre os sujeitos ao controle da poluição ambiental, cuja normatização e estabelecimento de padrões compatíveis com o meio ambiente equilibrado e necessário à sadia qualidade de vida, é atribuída ao CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de acordo com que dispõe o inciso II do artigo 6º da Lei 6.938/81.

A identificação entre som e ruído é feita através da utilização de unidades de medição do nível de ruído. Com isso, definem-se, também, os padrões de emissão aceitáveis e inaceitáveis, criando-se e permitindo-se a verificação do ponto limítrofe com o ruído. O nível de intensidade sonora expressa-se habitualmente em decibéis (db) e é apurada com a utilização de um aparelho chamado decibelímetro.

No que diz respeito à ruído, a tutela jurídica do meio ambiente e da saúde humana é regulada pela Resolução do CONAMA 001, de 08 de março de 1990, que considera um problema os níveis excessivos de ruídos bem como a deterioração da qualidade de vida causada pela poluição.

Esta Resolução adota os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e pela Norma Brasileira Regulamentar – NBR 10.151, de junho de 2000, reedição.
A Resolução 001/90 do CONAMA, nos seus itens I e II, dispõe:

I – A emissão de ruídos, em decorrência de qualquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política. Obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução.
II – São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior as ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

A NBR 10.151 dispõe sobre à avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade. Esta Norma fixa as condições exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independentemente da existência de reclamações.

Além da NBR 10.151, tem-se a NBR 10.152, que trata dos níveis de ruídos para conforto acústico, estabelecendo os limites máximos em decibéis a serem adotados em determinados locais. Exemplificando, em restaurante o nível de ruído não deve ultrapassar os 50 decibéis estabelecidos pela NBR 10.152.

O CONAMA considerando que o crescimento demográfico descontrolado ocorrido nos centros urbanos acarretam uma concentração de diversos tipos de fontes de poluição sonora, sendo fundamental o estabelecimento de normas, métodos e ações para controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-estar da população, estabeleceu a Resolução 002, de 08 de março de 1990, que veio a instituir o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora – Silêncio, com o seguinte objetivo:

a) Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os problemas de poluição sonora nos órgãos de meio ambiente estaduais e municipais em todo o país;
b) Divulgar junto à população, através dos meios de comunicação disponíveis, matéria educativa e conscientizadora dos efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruído.
c) Introduzir o tema "poluição sonora" nos cursos secundários da rede oficial e privada de ensino, através de um Programa de Educação Nacional;
d) Incentivar a fabricação e uso de máquinas, motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade de ruído quando de sua utilização na indústria, veículos em geral, construção civil, utilidades domésticas, etc.
e) Incentivar a capacitação de recursos humanos e apoio técnico e logístico dentro da política civil e militar para receber denúncias e tomar providências de combate para receber denúncias e tomar providências de combate a poluição sonora urbana em todo o Território Nacional;
f) Estabelecer convênios, contratos e atividades afins com órgãos e entidades que, direta ou indiretamente, possa contribuir para o desenvolvimento do Programa SILÊNCIO.

A coordenação do Programa Silêncio é de responsabilidade do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis que deverá contar com a participação de Ministérios do Poder Executivo, órgãos estaduais e municipais do Meio Ambiente.

Poluição Sonora: efeitos

EFEITOS NA SAÚDE:

a) Reações generalizadas ao stress
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o início do estresse auditivo se da sob exposições a 55 dB.

b) Reações físicas
Os ruídos aumentam a pressão sangüínea, o ritmo cardíaco e as contrações musculares. São capazes de interromper a digestão, as contrações do estômago, o fluxo da saliva e dos sucos gástricos. Provocam maior produção de adrenalina e outros hormônios, aumentando, no sangue, o fluxo de ácidos graxos e glicose. No que se refere ao ruído intenso e prolongado ao qual o indivíduo habitualmente se expõe, resultam mudanças fisiológicas mais duradouras até mesmo permanentes, incluindo desordens cardiovasculares, de ouvido-nariz-garganta e, em menor grau, alterações sensíveis na secreção de hormônios, nas funções gástricas, físicas e cerebrais.
Em casos de estresse crônico (permanente) nos trabalhadores, tem sido constatado efeitos psicológicos, distúrbios neurovegetativos, náuseas, cefaléias, irritabilidade, instabilidade emocional, redução da libido, ansiedade, nervosismo, hipertensão, perda de apetite, sonolência, insônia, aumento de prevalência da ulcera, distúrbios vitais, consumo de tranqüilizantes, perturbações labirínticas, fadiga, redução de produtividade, aumentos dos números de acidentes, de consultas médicas e do absenteísmo.

c) Alterações mentais e emocionais
As reações na esfera psíquica dependem das características do agente, do meio, e das condições emocionais do hospedeiro, no momento da exposição. As reações podem manifestar-se através de irritabilidade, ansiedade, excitabilidade, desconforto, medo, tensão e insônia.

EFEITOS DOS RUIDOS NAS PLANTAS E ANIMAIS:

Segundo os zoólogos, as maiores dificuldades de adaptação dos animais ao cativeiro, decorrem principalmente do barulho artificial das grandes cidades. Por outro lado, comprova-se que nos locais de muito ruído é mais acentuada a presença de ratos e baratas, agentes potenciais de transmissão de doenças. As vibrações sonoras produzidas por motores de avião provocam a mudança de postura das aves e diminuição de sua produtividade.

Pesquisadores dos EUA, estudando os efeitos do ruído sobre as plantas, fizeram uma experiência com as do gênero Coleus, possuidoras de grandes folhas coloridas e flores azuis. Doze dessas plantas, submetidas continuamente ao ruído de 100 dB, após seis dias apresentaram a redução de 47% em seu crescimento por causa, segundo os cientistas, da estridência persistente, que as fez perder grande quantidade de água através das folhas.

Curiosidade:

Nível de ruído provocado (aproximadamente – em decibéis)

- torneira gotejando (20 db)
- conversa tranqüila (40-50 db)
- secador de cabelo (90 db)
- caminhão (100 db)
- turbina de avião (130 db)
- show musical, próximo as caixas de som (acima de 130 db)