sábado, 29 de novembro de 2008

Poluição Luminosa: uma introdução

Dos vários tipos de poluição que afetam o nosso ambiente, a menos conhecida é a poluição luminosa. Diferente da poluição visual (definido como excesso de elementos ligados à comunicação visual), a poluição luminosa é comumente definida como a luz externa mal-direcionada que vai para o céu (causando o brilho visto acima das cidades), ao invés de somente iluminar o chão; ou seja, é luz desperdiçada.



As luminárias mais utilizadas em iluminação pública são ineficientes, mandando literalmente grande parte da luz para o espaço, ou seja, gasta-se energia para se iluminar mal a rua e ainda poluir o ambiente. Um gasto de energia maior afeta o bolso de cada um de nós e contribui para o agravamento da crise energética mundial.

Além do prejuízo à Natureza, a luz que sai lateralmente das luminárias atinge nossos olhos e faz diminuir as nossas pupilas, causando-nos um ofuscamento e diminuindo nossa visibilidade noturna, que já foi responsável por muitas mortes no mundo. A iluminação mal projetada e excessiva, ao contrário do que julga o senso comum, não traz segurança e visibilidade. Esse brilho irritante confunde os pássaros e afeta as plantas.

Além disso, a poluição luminosa também afeta a observação do céu noturno por astrônomos profissionais e por nós mesmos: nas grandes cidades é praticamente impossível se ver a mesma quantidade de estrelas no céu que se vê em uma fazenda pouco iluminada no interior.

Cada vez mais iluminado, o fundo do céu limita as observações possíveis aos astros mais brilhantes; assim, cada vez mais, estreita-se o conjunto dos astros cujo brilho é suficientemente alto para torná-los observáveis. A própria Via Láctea não pode mais ser admirada na maioria das nossas cidades.




O problema da poluição luminosa não é privilegio das grandes cidades do país, ela está também atingindo as localidades mais distantes dos grandes centros. Um exemplo disso é o Observatório Pico do Dias, onde opera o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA/CNPq) localizado próximo a cidade de Itajubá (MG) que já é prejudicado pela poluição luminosa das cidades próximas. Trata-se do maior conjunto de equipamentos astronômicos no Brasil e serve a toda a comunidade científica na área. O observatório é o único local que os pesquisadores do País possuem para fazer Astronomia de forma competitiva internacionalmente. Assim, deve manter este sítio em condições adequadas.


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