Os "fãs" do cimento gostam de dizer que ele é a substância mais utilizada no mundo, depois da água. Infelizmente, ele também é uma das mais poluidoras. A fabricação de cimento é responsável por cerca de 5% das emissões mundiais de gases estufa (duas vezes a quantidade atribuída à aviação).
O cimento é feito aquecendo calcário e argila até eles se fundirem em um material chamado escória do cimento, que então é misturado com vários aditivos. O problema é que o aquecimento e as reações químicas liberam grandes quantidades de dióxido de carbono, contribuindo para o aquecimento global.
Nas vizinhanças de fábricas de cimento, podemos notar os efeitos da poluição devido ás atividades das mesmas. Os telhados das casas, as árvores, as terras encontram-se cobertas por uma película, com maior ou menor espessura, de poeira de cimento, além disso, partículas de menores dimensões são levadas pelos ventos para distâncias mais afastadas das fábricas, atribuindo assim, às fábricas de cimento grande responsabilidade pela presença de silicatos na atmosfera.
Para além de inundarem os arredores de poeiras de silicatos, as fábricas de cimento são responsáveis pela emissão, entre outros, do dióxido de enxofre e de óxidos de azoto, que conjuntamente com os óxidos de carbono, os aldeídos, os hidrocarbonetos gasosos libertados pela combustão incompleta dos hidrocarbonetos líquidos, são as principais “matérias primas” da poluição atmosférica.
Veja a notícia:
A resolução 382 do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente regulamenta 13 tipos de fontes que emitem poluentes, entre elas estão os fornos de cimento.
A bioconstrução é uma técnica de arquitetura e engenharia que busca utilizar materiais naturais, reciclados e energias não-poluentes para construção de casas, assim, além de diminuir o uso de cimento e assim minimizar os efeitos da construção civil na poluição atmosférica, a bioconstrução pode ser também uma das soluções para outros problemas ambientais como lixo e energia.
Além dos benefícios ambientais, a bioconstrução também oferece conforto e baixo custo.
Porém, essa não é a única solução e muito menos a solução global para a questão da poluição devido à construção civil. Não seria conveniente adotar essa alternativa em regiões distantes do mar, pois assim além do custo, o transporte para essas áreas não-litorâneas aumentaria as emissões de gases poluentes na atmosfera.
Em seguida, basta ‘descascar’ as laterais dos sacos e fazer o acabamento. Além do resultado ter um bom valor estético, as casas construídas com superadobe oferecem conforto em relação à temperatura tanto no inverno como no verão, são resistentes e de fácil, rápida e barata construção.
Essa técnica também é segura, uma vez que não permite que as paredes da casa apresentem fendas e portanto não possibilita a presença de insetos (como o temido barbeiro – quando o assunto é casa de biomateriais).
A técnica, que já recebeu a aprovação das autoridades do departamento de habitação de uma cidade que fica sobre a linha da falha geológica da Califórnia,foi desenvolvida pelo iraniano Nader Kalili e sua equipe.
Uma solução ainda mais completa, que abrangeria até mesmo outras questões ambientais, que não a poluição atmosférica devido à construção civil, são os chamados EarthShips.
São casas ‘auto-sustentáveis’, construídas com pneus, latas, garrafas e terra e possuem sistemas alternativos utilizados dentro da casa para que esta não fique ligada a redes elétrica, de esgoto ou de água.
Esses EarthShips são construídos com materiais de acordo com a localidade, para oferecer assim maior conforto com relação a temperaturas e maior resistência quando necessário. As paredes da casa são construídas a base de borracha de pneus preenchidos com adobe (terra, água e palha) e compactados. Esses pneus preenchidos são empilhados de modo a gerar as paredes da casa. Entre os pneus, utiliza-se adobe e/ou massa (com cimento) para que esses se mantenham unidos.
Em algumas paredes pode-se usar também garrafas de vidro, o que permite a entrada de luz no interior da casa.
Para se aprofundar mais no assunto, clique no link abaixo e leia a cartilha que explica os processos de construção e exibe até os designs elaborados para os Earthships.
http://www.owaze.nl/pdf/owaze_translation_portugal.pdf
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